ENQUANTO AS HELICES GIRAVAM

É 1995. A jovem Beatriz está prestes a realizar o sonho de conhecer a Europa, mas, durante a viagem, deixa o avião de maneira inusitada, ressurgindo subitamente em Londres na renomada Helitech -Feira Internacional de Helicópteros- onde se depara ocupando uma vida que não lhe pertence. Assustada, decide não revelar sua identidade com receio de ser tomada como louca. Procurando respostas para tantas perguntas que lhe sobrevém, tenta não levantar suspeita enquanto se agarra a esperança de retornar para onde veio. O tempo começa a passar... . Angustiada, sente saudades do que deixou. Presa em sua nova realidade submete-se a rotina que lhe fora imposta, assumindo um cargo na empresa da sua atual família, especializada em eventos aeronáuticos. Ao seu redor surge o mundo da aviação, que a envolve com histórias, aventuras e curiosidades. Nesse ambiente, ela precisa suportar surpresas que a conduzem por estranhas experiências, como se encontrar na cabine de um antigo avião, o caça T6 utilizado na Segunda Guerra Mundial, fazendo acrobacias a céu aberto. Noutra situação, num pequeno aeroporto, assisti na vidraça de um velho galpão, imagens de um jovem piloto deixando seu avião, o P-47 que lutou pelo Brasil durante a guerra. O rapaz sorri ao ver sua namorada se aproximar. A vidraça brilha e uma nova cena reaparece- a mesma moça está só e apreensiva, diante da pista de voo, examinando-a com um olhar vazio. Numa manhã quente..., enquanto caminha o céu repentinamente se transforma com o mau tempo. Uma densa bruma cai, impedindo-a de enxergar um palmo a frente. Um solitário aviador a encontra, transtornado e ansioso por ajuda, após deixar sua aeronave, o caça P-51 Mustang, que combateu nos céus da Europa.Os dias passam, arrastando suas dúvidas e impondo o medo de continuar a conviver com o que não é seu, obrigando-a a sufocar a saudade e enfrentar as incertezas do futuro, mas sem abalar a esperança de ter sua vida de volta.