É uma surpresa. Grisham, que é advogado e já foi deputado, especializara-se em thrillers sobre advogados, corruptos ou não. Seus livros transformaram-se em filmes arrasadores, como 'A firma', dirigido por Sydney Pollack, com o advogado Tom Cruise enfrentando colegas mais ou menos mafiosos. A crítica americana o apontou como um dos melhores filmes dos anos 90. O livro ficou 47 semanas na lista dos mais vendidos de The New York Times, que deu os números definitivos: foi o best seller por excelência de todo o ano de 1991. Já em 'Esquecer o Natal', nada de advogados, nem de suspense ou de máfia. Este novo livro apresenta aos leitores um John Grisham fazendo comédia, além de mostrar o que o ser humano tem de melhor, especialmente a amizade, o amor e o impulso para a solidariedade. O livro conta a história de Nora e Luther Krunk, que planejam fazer um cruzeiro pelo Caribe para fugir do Natal. Escândalo e pasmo gerais, pois moram num bairro chique, onde todo mundo festeja o Natal com todo o brilho que tem a maior festa cristã. Só que, na véspera do embarque, sua filha volta do Peru, impossibilitando o cruzeiro. Em poucas horas, os Krunk são obrigados a improvisar uma festa que exigiria semanas e até meses de preparo. O atropelo é tão grande que o desastrado Luther sobe ao telhado para colocar um homem de neve - feito de plástico - junto à chaminé e acaba caindo lá de cima, sendo salvo por um fio elétrico enrolado ao seu pé. É aí que os vizinhos, que antes zombavam dos Krunk e suas trapalhadas, entram com a amizade e a solidariedade. A festa estava estragada? Os vizinhos fazem a festa. O rabugento Luther Krunk reconcilia-se com os vizinhos, com o Natal e com o mundo.