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Sinopse
Era o céu
, dá voz a um narrador atormentado pela indefinição do que fazer diante daquilo que vê: sua mulher é estuprada por dois homens dentro de sua própria casa enquanto ele, da janela, do lado de fora, encontra tantos motivos para agir quanto para se acovardar.
Com Evita vive, Perlongher retorna à joia de coque loiro enaltecida pelo povo, rainha-mãe dos descamisados, que promete prazeres ao subúrbio. O poeta, mais que lamentar sua entrega santificada à causa dos pobres, faz com que ela participe do gozo perverso em um descenso sulfuroso.
É inerente ao esquecimento da história que o poder guarde segredos, algumas perversões e, para a saga, algum cadáver. Despudor e necrofilia são parte da história argentina, e também frugalidades de camarim.
Adrian Cangi
Devemos à iniciativa de Adrian Cangi a revelação de uma faceta praticamente desconhecida de Néstor Perlongher (1949-1992): a de contista. Dos bastidores de seu arquivo foram resgatados alguns textos inéditos, ou de rara circulação.
A oportuna publicação em português de sua mais extensa entrevista (69 perguntas) permite, como em nenhum outro texto, uma aproximação à inteligência polifacética do extraordinário poeta que foi Perlongher — hoje referência obrigatória na poesia hispano-americana contemporânea. Encontramos nas elaboradas respostas seus vários perfis: o de poeta, o de militante homossexual, o de político engajado por meio da ficção, o de jornalista, o de antropólogo e o do místico envolvido nos rituais do Santo Daime de que participou nos últimos anos de sua vida.
Em todos os textos percebemos a veemência de quem mergulha “nas intimidades da língua” e nas intimidades da vida. Uma prosa que jamais abandona a marca da poesia, e na qual se cruza a tradição lezamesca com ressonâncias de Lautréamont, de Bataille, de Genet de Sarduy. A sexualidade transbordante e a ironia sadomasoquista presentes em sua prosa remetem inclusive às clássicas imagens de
Tom of Finland
.
Nos dez anos em que viveu no Brasil, Néstor encontrou território fértil para o desenvolvimento de sua poesia e para a projeção internacional que começou a ter a partir de São Paulo, consagrando-o finalmente com uma bolsa da Fundação Guggenheim. Um exílio voluntário nesta cidade, onde ele foi capaz de elaborar seu próprio paideuma, por meio do Caribe Transplatino (Iluminuras, 1991), em que estabelece a genealogia latino-americana da estirpe neobarroca. Lamê (Unicamp, 1994) permite, em sofisticada tradução, o ingresso em seu complexo universo poético.
Vários de seus interlocutores prestam aqui a belíssima homenagem que fecha este volume; intensos e comovidos depoimentos de quem teve a oportunidade de compartilhar de sua fulgurante presença e de seu — como ele gostaria de dizer — “tornar-se neobarroso” (derivado do lamaçal riopratense): Haroldo de Campos, Roberto Echavarren, Josely Vianna Baptista e Glauco Mattoso.
Jorge Schwartz
Ficha técnica
Especificações
ISBN | 9786555191806 |
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Tradutor para link | VIANNA BAPTISTA JOSELY |
Subtítulo | E OUTRAS PROSAS |
Biografia do autor | Néstor Perlongher foi um militante anarquista. Na década de 1970, ainda estudante, foi um dos iniciadores do movimento pelos direitos dos homossexuais na Argentina. Em 1982 migrou para o Brasil. Obteve o título de mestre em Antropologia Social na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 1986. Como antropólogo publicou a obra O negócio do michê: prostituição viril em São Paulo, na qual analisa as estruturas etnográficas do mercado de sexo na capital paulista e os grupos sociais envolvidos. |
Pré venda | Não |
Peso | 150g |
Autor para link | PERLONGHER NESTOR |
Livro disponível - pronta entrega | Sim |
Dimensões | 20.5 x 13.5 x 1.9 |
Idioma | Português |
Tipo item | Livro Nacional |
Número de páginas | 136 |
Número da edição | 2ª EDIÇÃO - 2022 |
Código Interno | 1018764 |
Código de barras | 9786555191806 |
Acabamento | BROCHURA |
Autor | PERLONGHER, NESTOR |
Editora | ILUMINURAS |
Sob encomenda | Não |
Tradutor | VIANNA BAPTISTA, JOSELY |