EVOLUCAO POLITICA DE LUKACS

Esta obra analisa a evolução política de Lukács até 1929, no quadro de uma sociologia dos intelectuais anticapitalistas românticos na Alemanha e Hungria do começo do século. As relações entre Lukács e Max Weber, Ernst Bloch e Karl Mannheim são examinadas sob um novo ângulo, utilizando uma série de documentos do Arquivo Lukács de Budapeste. O autor propôe também uma nova resposta à questão controvertida do paralelo entre Lukács e o célebre personagem de 'A montanha mágica de Thomas Mann', o jesuíta comunista 'Leon Naphta'. O tema principal do livro é o fascinante processo de passagem de Lukács de uma visão trágica do mundo, de estilo romântico, ao marxismo, assim como as motivações éticas e político-sociais que o fizeram aderir em 1918 ao movimento operário e comunista, tornando-se em 1919 Comissário do povo para a cultura na efêmera República dos Conselhos dirigida por Bela Kun. O ponto alto desta evolução é o monumento da dialética revolucionária que constitui História e consciênciade classe de 1923. A partir da segunda metade dos anos 20, a obra de Lukács se desenvolve num novo contexto político, que é de sua 'reconciliação com a realidade' do stalinismo. A conclusão do livro sugere algumas hipóteses sociológicas - partindo do caso 'exemplar' de Lukács - sobre o processo de radicalização dos intelectuais nos anos 60 e 70. Há também uma entrevista com Ernst Bloch e três textos inéditos de Lukács.