FALA MUITO (OU: DIÁLOGOS 2)

Quando sozinhos, diálogos são apenas monólogos, certo? Por isso, após “Diálogos” (você leu, né?), eu inventei este “Fala Muito (Ou: Diálogos 2)”. Continuação? Na proposta, sim: um livro em que, muito modestamente, sigo brincando sob a inspiração dos travessões de Luis Fernando Veríssimo, abrindo possibilidades para você imaginar tudo que se passa em cada crônica ou cena: quem e como são as personagens — quais são as suas vozes, sotaques, olhares e trejeitos —, os cenários onde tudo se desenrola, quais trilhas sonoras você escolheria (se é que escolheria alguma) para o momento etc. Talvez você se reconheça em alguma situação do cotidiano ou nos raciocínios mais non senses. Talvez ache o cotidiano non sense. Talvez adivinhe os traços de outras pessoas. Talvez ria, chore, reflita, contrarie-se ou mesmo não entenda nada. Vale tudo. Porque, no fim das contas, tudo isso pode acontecer quando nos abrimos para trocar uma ideia com alguém, à vera, sem quaisquer intermediações que não sejam as de nossas próprias personalidades. Falou? Fechou. Vamos nessa.