FILOSOFIA E MÚSICA

Na obra Dialética do esclarecimento, publicada em 1947, Adorno e Horkheimer fundamentam uma crítica forte à indústria cultural efervescente que se apresenta naquele momento, em que estúdios cinematográficos, gravadoras, rádios e também televisão traziam uma nova forma de comunicação e venda de seus produtos, vista por estes filósofos como uma forma de lavagem cerebral. Também atuante na Escola de Frankfurt, Walter Benjamin escrevera, em 1936, o ensaio A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, em que expõe sua visão acerca da essência (por ele definida como “aura”) da obra de arte, que se perde quando reproduzida em larga escala. Para Jesús Martín-Barbero (1997), há uma nova perspectiva neste aspecto analisado por Benjamim, que é a expansão do trabalho artístico que viabiliza a sua chegada a locais e pessoas antes não imaginados. Analisamos letras de músicas de autores do rock inglês, do rock brasileiro e da MPB e buscamos mostrar neste trabalho que a produção cultural e artística musical, muitas vezes, contém em seu bojo reflexões filosóficas e que, utilizando-se das vias da indústria cultural, chegam ao público, expandindo tal reflexão e levando-a a longínquos rincões.