Essa narrativa ágil, alegre e informativa das glórias e das derrotas do clube rubro-negro carioca deve ser lida por todos os seus admiradores, pelos adversários (nem que seja para falarem mal depois), e até pelos que não torcem por time nenhum (e que, depois disso, talvez consigam entender a estranha magia que um clube desperta). Ruy Castro, que antes de ser escritor já era flamenguista, começa revivendo o ano 1895, quando o clube foi fundado. Ele conta que o esporte da moda era o remo, e que foi o ciúme provocado pelos remadores do Botafogo (“eles vinham remar no Flamengo e conquistavam as moças com seus músculos”) que deu origem ao clube. “Os rapazes da praia do Flamengo não gostavam nem um pouco daquilo. E quatro deles resolveram tomar providências”, narra. Sentados à mesa de um bar, eles fizeram a pergunta histórica: “Por que nós não criamos um grupo de regatas do Flamengo?”. Em 1912, a camisa rubro-negra rumou para os gramados e passou também a jogar futebol. Daí em diante, foram grandes clássicos, belas jogadas, milhares de gols, relembrados com entusiasmo pelo autor e ilustrados nas fotos que completam a obra.