sabendo amanhar o ritmo ao seu próprio dispor, Fabrício Marques emaranha um balanço de 25 anos de produção poética (mais oito anos de, possa-se dizer talvez, estágio – desde o lançamento da primeira produção pessoal poética, com Marquises, até o seu Samplers, de 2000) sem se apegar às velhas formas de si mesmo. pelo contrário, aqui os poemas que porventura tenham aparecido por aí são remodelados em função desta ‘roupagem final’ (ao menos por enquanto) de sua poética, seja na forma/conteúdo geral, ou nos usos poéticos elementares e, mais ainda, como cada poema (antigo ou novo) trabalha em prol de cada onda deste livro (cada uma de suas partes), dando num alto-mar a se perder das vistas da gente, formando um corpo totalmente inédito. volume 36 da coleção “cabeça de poeta”, “série contemporanea” (que traz um pouco da melhor produção poética brasileira do século 20), “Fora do alcance da memória”, com sua divisão em seis partes, faz um balanço poético incomum – não busca a calmaria do raso, mas a possibilidade de velejar um mundo “todo e nenhum”. o livro traz textos de quarta capa de Armando Freitas Filho e Francisco Alvim, apresentação de Alícia Duarte Penna, e posfácios de Ricardo Aleixo e Edimilson de Almeida Pereira. o livro traz grafismos extraídos do trabalho do artista Antônio Julião.