12 DE OUTUBRO DE 1810. Nos arredores de Papary, aldeia da então Capitania do Rio Grande do Norte, nasce Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, filha de Antônia Clara Freire, brasileira, misto de portuguesa e índia, e de Dionísio Gonçalves Pinto, escultor e advogado português radicado no Brasil. Tateando a geografia e a história devagar, mapeando a sua própria trajetória, Nísia Floresta foi jornalista, tradutora, escritora, educadora e socióloga. Humanista, foi abolicionista e republicana, defendendo a liberdade dos cultos religiosos e a federação das províncias. Teórica feminista, germinou as primeiras sementes do feminismo no Brasil. Para Nísia - difícil dissociar a educadora da teórica feminista, referencial histórico quando falamos de feminismo no país-, a educação seria o mais importante e eficaz instrumento de humanização e socialização da mulher, conscientizando-a do seu papel na sociedade, além de condição sine qua non para a conquista da sua emancipação, liberdade e cidadania. Morando durante 27 anos na Europa, faleceu em Bonsecours, na França, no dia 24 de abril de 1885. Em 1954, quase setenta anos depois, seus restos mortais são trasladados para Papary, que, aliás, já se chamava Nísia Floresta (decreto-lei de 23 de dezembro de 1948), onde descansam até hoje no mausoléu construído em sua homenagem.