FUMO E ARQUEOLOGIA HISTÓRICA: O TABACO E CACHIMBOS IMPORTADOS NO BRASIL, SÉCULOS XVII AO XX

A obra Fumo e arqueologia histórica: o tabaco e cachimbos importados no Brasil, séculos XVII ao XX discute usos e significados associados ao fumo de tabaco. Apesar da grande importância dessa planta para a economia do Brasil colônia e da sua ampla utilização e incorporação nos cotidianos das pessoas, há poucos estudos sobre a história do fumo, bem como dos contextos fumageiros na colônia e império. Diante desse relativo silêncio, possivelmente gerado por preocupações médicas contemporâneas ou pela invisibilidade de uma prática ainda corrente, o livro coloca em evidência esse assunto e algumas das várias questões que o envolvem. Considerando questões próprias da arqueologia, volta-se também para os vestígios materiais e arqueológicos da prática fumageira. A produção dos cachimbos na Europa iniciou-se muito rapidamente, tão logo o tabaco foi introduzido no Velho Mundo, tendo sido esses artefatos comercializados inclusive no Brasil. O cachimbo importado é extremamente útil em datações de sítios e estratos arqueológicos; contudo seu estudo no Brasil foi até o momento muito parco. O livro então detalha o processo de fabricação desses cachimbos em vários centros produtores estrangeiros, desde o tipo de argila empregada até os tipos de decoração utilizados, bem como descreve os métodos de identificação e análise arqueológica, oferecendo base bibliográfica densa sobre o tema, até então inexistente em língua portuguesa. Por fim, dando enfoque aos remanescentes arqueológicos dessas atividades fumageiras no Brasil, foram mapeados acervos criados em escavações em vários sítios arqueológicos brasileiros, permitindo uma discussão sobre a dispersão desses itens no território. Essa obra oferece um panorama geral das várias concepções sociais e culturais acerca do fumo, da produção de cachimbos cerâmicos no exterior, dos métodos de identificação e análise arqueológica dessas peças, da sua importação e da dispersão desses itens no território brasileiro, a partir do qual pesquisas subsequentes poderão trabalhar questões correlatas de modo mais particularizado.