GENTE DE GUERRA NA AMAZÔNIA COLONIAL

Os estudos sobre defesa têm se dedicado cada vez mais às implicações das ações de defesa na sociedade em que se insere. Na Amazônia pesquisas sobre fronteiras defesa e militarização tornam-se fundamentais. Esses aspectos são uma das principais preocupações do século XXI, considerando os desafios da efetiva vigilância de suas vastas e porosas fronteiras. Esse fator evidencia a necessidade de compreendermos os problemas defensivos na Amazônia em sua própria historicidade. Este livro propõe a análise sobre o processo de militarização da capitania do Grão-Pará na primeira metade do século XVIII. Trata-se de perceber como a Coroa portuguesa resolveu a questão de defesa desta parte da conquista por meio da análise sobre as tropas pagas da capitania. Ora, essa era a força militar profissional responsável por empreender ações de guerra, manter vigilância de áreas limítrofes, guarnecer fortalezas e casas fortes. Nesse sentido, neste estudo procuramos abordar questões como: a representação das companhias pagas nas diversas correspondências entre a colônia e o reino, e a partir disso perceber o estado militar da capitania; a composição da tropa por meio da análise do recrutamento compulsório e de seus múltiplos significados para os soldados e para a região. Além disso, a mobilização dessa força de defesa através do mapeamento do destacamento de soldados e da movimentação de tropas no Grão-Pará. Este livro, portanto, propõe uma reflexão sobre a problemática da defesa e militarização no passado colonial, mas que permanece ainda como desafio neste século, configurando-se como importante vetor de análise e pesquisa na Amazônia