O conhecimento é um fato quotidiano decisivo, mas a sua extraordinária complexidade o torna muito difícil de ser explicado. Por isso, descobrir o que é conhecer é um dos grandes desafios com que a filosofia se tem defrontado ao longo da história. Aristóteles, baseando-se na observação do ser humano, salientou a inclinação natural a conhecer que lhe é própria; dos mil anos depois, Kant dirá que a razão pergunta a si mesma: o que posso conhecer? São duas posturas diferentes que implicam respostas diferentes. Na primeira, é a realidade que, respondendo à resposta da razão, delimita o campo do que podemos conhecer; na segunda, deixa-se à realidade da razão a exclusividade da resposta. Seja qual for a postura mais acertada, é incontestável qua o ato de conhecer se realiza no interior do ser humano, lá onde objeto e sujeito de algum modo se identificam. A totalidade do real, na qual estamos envolvidos, apresenta-se a nós, sujeitos conhecedores, como um conjunto ilimitado de objetos. Essa privilegiada condição do ser humano entusiasmou de tal modo alguns setores de filosofia que durante séculos acreditou-se que o homem é o "ponto arquimediano" do mundo, o sujeito centralizador que dá ao mundo a sua coesão interna. Essa nova perspectiva, a partir da qual foi vista a subjetividade, tendo-se iniciado já no séc.XIII e XIV, contituiu sem nenhuma dúvida uma conquista irreversível da filosofia moderna. Alejandro Llano, todavia, acrescenta a esse fato a necessidade de não reduzirmos a subjectividade à razão e, com palavras simples e claras, mostra neste livro, "Gnsiologia Realista", que pensamento e experiência são dois aspectos inseparáveis de uma mesma realidade.