Tendo em vista o progresso da inclusão de pessoas com deficiência intelectual em diversas esferas da vida como a escola, o trabalho, o lazer, cabe investigar se houve também maior interação social dessas pessoas, com avanços em relação à participação na vida coletiva e à satisfação individual. Este livro apresenta e discute os dados obtidos por meio de uma pesquisa realizada com jovens trabalhadores com síndrome de Down. Tal estudo teve como norteadores os seguintes objetivos: a) verificar se jovens trabalhadores com deficiência intelectual foram adequadamente preparados pelas instituições escolares para o trabalho, considerando se foram formados por instituições especiais ou pela escola regular e o nível socioeconômico de suas famílias; b) se estão bem incluídos em seus empregos, considerando sua produtividade e relações com colegas, chefes e clientes; e c) se, após o emprego, puderam ampliar seu círculo de amizades, sua autonomia e consequente bem-estar. Foram entrevistados trabalhadores com síndrome de Down com idades entre 18 e 35 anos, com formação no Ensino Fundamental, no mínimo, e que estavam no emprego há pelo menos um ano. Esses entrevistados indicaram um colega do trabalho e um amigo, os quais, em conjunto com seus chefes no trabalho, familiares e orientador educacional da escola em que se formaram, também foram entrevistados. Além disso, durante ao menos um período, cada um dos jovens trabalhadores com deficiência intelectual foi observado. A referência teórica foi a Teoria Crítica da Sociedade, sobretudo os trabalhos de Theodor W. Adorno, Max Horkheimer e Herbert Marcuse.