Este livro deve ser lido como um manifesto que grita pelo respeito aos Direitos Humanos e a preservação dos povos indígenas no Brasil. Através de um conjunto de textos e imagens publicados nesta coletânea, alertamos para a conivência do Estado e de segmentos da sociedade brasileira com a execução um plano silencioso de destruição das bases essenciais de vida e cultura das comunidades indígenas brasileiras. Silencioso, nem tanto, talvez mais adequado seja a expressão “secular”. Os textos alertam para uma complexa interação de fatores herdados do colonialismo, do racismo e do capitalismo selvagens. No formato de ensaios apresentamos distintas visões interpretadas através da lente do direito, da história, da antropologia, da geografia, da arquivologia e da iconografia. Vários autores falam em nome de suas comunidades [indígenas] que carecem de lugares e público. As imagens aqui reproduzidas – do Arquivo Nacional, do Instituto Hercule Florence e acervos pessoais - não são meras ilustrações. São vestígios da história de um povo, elementos de denúncia de um etnocídio secular que corrói as poucas comunidades indígenas que ainda existem. Alguns exemplares já não estão entre nós, são agora legendas. Se alguns grupos ainda existem, são sobreviventes.