INSEGURANÇA SOCIAL, PRISÕES E VIOLÊNCIA

Difícil pensar em todas as temáticas que fazem parte do mosaico de ideias, conceitos e teorias que perpassam a esfera da segurança pública. Trata-se de um campo onde as ciências se imbricam, andam de mãos dadas e entram em conflito. As ideias mudam conforme a temporalidade, a política, a cultura e os interesses em jogo. Quem poderia imaginar a repetição de acontecimentos que marcaram nossa história passada e recente? Estamos longe do casamento perfeito entre a ciência humana e o que fazemos na rua, nas casas, nas instituições do Estado e nos bairros mais vulneráveis quando a ordem social é colocada em xeque. Apesar dos rumos democráticos e civilizatórios que caminhamos outrora, ainda vivemos o drama da violência contra a mulher, contra as minorias, os menores, os negros e as pessoas pobres. Ainda assistimos a violência policial, as chacinas (agora reveladas em corpos amontoados nas redes sociais), as prisões superlotadas e a criminalização dos desviantes. As instituições coercitivas do Estado estão no limite e o horizonte de mudanças aparece ao longe. A obra em questão é uma contribuição ao debate de muitas faces que vem tomando a segurança pública em tempos que o Estado de Direito é colocado em xeque. Esperamos que sua leitura resulte em esperança, cuidado, resiliência, liberdade e reconhecimento da diferença.