Jamanta na testa, volume de estreia de Maíra Mendes Galvão, apresenta uma poética incomum. A experimentação com as línguas e com a linguagem formam um conjunto de 27 poemas surpreendentes, que exploram a sonoridade das palavras, a semântica recôndita dos vocábulos e uma topografia que se transpõe para os poemas. Os poemas foram escritos entre 2013 e 2016 em lugares como Brasília, Alto Paraíso (GO), Cidade do México e São Paulo. A poesia da autora lança mão de "palavras multiportantes": deslocamentos, colagens e neologismos que parecem buscar "o grau primeiro das coisas". Além da experimentação vocabular, a disposição espacial dos poemas em colunas e a extensão dos versos exploram a relação entre a escrita e o branco da página. Tradutora, a poeta traz para a língua portuguesa uma mistura de línguas e de linguagens que tornam únicos o idioma e a sonoridade de sua poesia. O projeto editorial e o design gráfico da Quelônio foram pensados em função da extensão dos versos e da disposição dos poemas na página: livro horizontal, com capa dura, miolo composto em linotipia e capa impressa a partir de tipos móveis. O design gráfico de capa e miolo é de Sílvia Nastari.