KID GRAFISCO

Esta é uma história feita de diálogos rápidos e fatos surpreendentes. Os protagonistas - Beile Cris e Ziggy Vicentino - têm várias coisas em comum. Primeiro, são solitários, isto é: deixaram de ser quando fundaram o Fã-Clube de Kid Grafisco. Segundo, ficam profundamente emocionados quando vêem um grafisco, aqueles desenhos maravilhosos que alguém, algum dia, espalhou pelo bairro. Terceiro, têm pais e mães um tanto esquisitos. O pai de Ziggy, totalmente punk, é dono de uma lojinha de tralhas chamada O Bom se Cata. A mãe é fanática por som discoteca. Eles se dão bem, mas por causa da incompatibilidade musical não moram juntos. O pai de Beile, que está desempregado, sofreu uma série de transformações e agora acha que a vida é uma guerra. Entre outras coisas, exige ser tratado como Comandante, chama os filhos de Recruta Um e Recruta Dois e entra em pânico se alguém dá um espirro do lado dele - porque isso, evidentemente, só pode significar que o estão atacando com alguma poderosa arma bacteriológica. A mãe de Beile foi embora; num bilhete para o filho, disse que precisava ficar sozinha para pensar. Precisava dar um tempo. Esse bilhetinho vai render, porque Beile, num momento de tristeza e raiva, rasga-o em muitos pedacinhos que acabam indo parar no sistema de ventilação do apartamento. Só que Beile muda de idéia, e sua tentativa de recuperar o bilhete vai levá-lo a descobertas surpreendentes. Tão surpreendentes que mudarão a própria lenda de Kid Grafisco. Mas quem é Kid Grafisco? Com suas latas de tinta spray, ele espalhou círculos, cometas, estrelas e luas por todo o bairro, substituindo o cinza do concreto por formas luminosamente coloridas. Tornou-se um herói - mas de repente desapareceu. Então, uma noite, alguém vislumbra uma estranha figura e ouve uma voz misteriosa... Será possível? O lendário Kid Grafisco teria voltado?