O novo século, tanto quanto o anterior, veio investido de redefinições, em meio, agora, ao ambiente líquido da diversidade. Confirmam-se como intervencionismos sígnicos, como signos novos. E isto equivale a leitores conscientes de tal objetividade poética. Esta acabará por se contrapor à subjetivação dramática, à semântica rítmica quotidiana? A luta está em livrar-se da carga sentimental do poema, em seu lugar comum de referência pura e simples. Da leitura que podemos fazer de Língua com Asas, de R. Brosso, acaba uma reflexão sobre a aderência do leitor possível, aos "poímãs": trata-se de uma aproximação estética que torna a palavra poética em sua contemporaneidade transcultural, no registro, tanto de uma sonoridade particular, quanto da composição gráfico-verbal disposta no espaço da página como característica própria. R. Brosso, artista plurimídia, recebe para si, uma identidade poética, desde um desprendimento do lirismo original, do sublime que vem pressuposto na tradição escrita, talvez para alcançar uma "pós-pesia", na literatura contemporânea, que ele prefere denominar poesia axial.