O que é metáfora? Como evitar os cacófatos? A vírgula é uma pausa? Qual a origem da palavra forró? O que é regência? Enfim, dúvidas que acompanham todos nós. O professor, consultor, colunista Sérgio Nogueira Duarte reúne 22 colunas, publicadas aos domingos no Jornal do Brasil, no segundo volume de Língua viva. Um dos grandes méritos de Sérgio, pioneiro no trabalho de "estudar" a língua portuguesa em veículos de mídia, é mostrar que falar e escrever corretamente não é um bicho-de-sete-cabeças. Agora, ele também desenvolve o gosto pela polêmica. "Levanto as batatas quentes porque quero ouvir as pessoas, que têm opiniões divergentes e nos fazem pensar por outros ângulos", diz. Sérgio investe em aspectos que vão além das regras, recomendando, por exemplo, cautela no uso de chavões. As colunas mantêm a estrutura que se provou vitoriosa. Primeiro, ele conta O caso: comenta uma peça de teatro, critica a seleção brasileira ou fala de anúncios publicitários para começar o debate. Depois, vêm A dica, A dúvida e o mea culpa, em que reconhece erros do JB e até de sua própria coluna. Por último, lança O desafio (no livro as respostas aparecem logo a seguir, de cabeça para baixo). Fala dos hífens — "é difícil mesmo" —, dos homônimos, de regência verbal etc. Tudo com bom humor e recursos populares; entre seus exemplos prediletos estão as transmissões esportivas e suas expressões engraçadas e instrutivas, como "completamente impedido", "praticamente meio gol", entre outras. A intensa participação dos leitores — mais de cem cartas e e-mails por semana — é fundamental para a construção de suas colunas. Depois de 30 anos de carreira, o professor está feliz com o sucesso, confirmado também pela permanência do primeiro Língua viva por dois meses na lista dos mais vendidos à época do lançamento, além de sucessivas reimpressões. "A língua portuguesa dá muito mais Ibope do que eu imaginava, e isso é muito bom."