MACROETHOS RACIONAL E O AFETIVO NA ARGUMENTAÇÃO DO JULGAMENTO DO IMPEACHMANT DA EX-PRESIDENTE DILMA

Esse livro é fruto de uma análise acurada dos dispositivos argumentativos, enquanto estratégias de elaboração em favor de um argumento, que pode levar o auditório a ser persuadido pelos retores. (se isso efetivamente não se dá, são necessários outros tipos de análises que fogem ao escopo da Retórica). Tais dispositivos servem para identificar se prevalece na argumentação um Macroethos racional ou afetivo e que imagens de si os retores acabam produzindo ao utilizá-los. A análise exaustiva dos dois pronunciamentos revela uma lista enorme de Dispositivos Argumentativos inseridos no que o autor chamou de Movimentos Argumentativos em cada pronunciamento. Mas, sem dúvida, a grande contribuição teórica do autor é formular o próprio conceito de Macroethos racional e Macroethos afetivo, categorias que têm a capacidade de nelas inserir outras categorias menores de ethos, que vão traçando o perfil de cada retor. Além disso, o autor compara o desempenho retórico-argumentativo dos dois retores e mostra o predomínio de um Macroethos racional no pronunciamento de defesa da ré e de um Macroethos subjetivo no pronunciamento de acusação. Que os leitores saibam encontrar nestas páginas um incentivo à compreensão da importância da comunicação persuasiva tão necessária em nosso mundo conflituoso, em que as pessoas, tão apegadas às suas verdades de crenças, dependem de um bom empreendimento retórico-discursivo para admitir novas bases de sustentação de posições diferentes das suas. Dra. Maria Célia Cortez Passetti /Universidade Estadual de Maringá (UEM)