MANUAL DE TECNICAS PARA A DOBRA DE FIOS

Muitas pessoas acreditam que nós estamos na era dos arcos retos e que a dobra de fios não é mais necessária. Entretanto, a técnica do arco contínuo, na qual um fio elástico é inserido e recolocado aumentando a espessura dos fios não permite ajustes de acordo com a morfologia esquelética individual, tamanho do dente, e dentição de cada paciente, assim como idade do paciente, gênero e desejos. Se esses ajustes não são necessários, os resultados dos tratamentos deveriam ser os mesmos em todos os casos, mas isto não é a realidade. Entretanto, é verdade que avanços recentes nas propriedades dos fios tenham mudado as técnicas clínicas, e o desenvolvimento dos fios com alta resiliência tenham reduzido (mas não eliminado) a necessidade de dobras.
Outra consideração é o desenho dos braquetes. A força do fio é transmitida ao tecido periodontal e osso alveolar via braquetes colados (presos) aos dentes, e a morfologia e tamanhos dos braquetes diferem de acordo com o desenvolvimento de cada técnica e entre os fabricantes. Embora cada braquete tenha torque, angulação, in/out e morfologia baseada no seu desenho original, é estranho que apenas um tipo é usado para a maioria das técnicas, sem alteração para as necessidades únicas de cada paciente. Existem apenas alguns braquetes nos quais a angulação e o torque diferem dependendo quando existe ou não a indicação de exodontia no plano de tratamento. Colocando a morfologia esquelética e função de cada paciente de lado, deveria ter ao menos alguma acomodação para formatos e tamanhos diferentes de coroa e raízes.
O autor considera qualquer braquete ou fio aceitável se é fácil de usar, prefere técnicas que são efetivas e eficazes quanto possível, e utiliza somente fios e braquetes biocompatíveis. Fios sobrepostos (overlay) e dobras complicadas não são necessários. Este livro foi escrito com essa perspectiva em mente e com o propósito de servir de guia para a boa prática clínica.