MARÇO 81

É com um entusiasmo silencioso que apresento aos senhores este compilado de poesias – uma expressão íntima e despretensiosa do que sou e do que envolvi ao longo dos anos. Nascido na cidade do Rio de Janeiro em 1959 e formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica durante a década de 80, construí uma vida que, embora permeada pelas leis e pelos rigores da razão, também encontrou refúgio nas sutilezas da alma e nos meandros da emoção. As páginas que os senhores estão prestes a ler são fruto de um diálogo profundo e sincero com o mundo ao meu redor. Em cada verso, busquei transcrever experiências, sentimentos e reflexões que muitas vezes se apresentaram como enigmas a serem desvendados. A poesia tornou-se, assim, um meio de idealizar não apenas pessoas e fatos, mas de explorar as facetas mais ocultas da minha própria existência. Meu processo criativo é um caleidoscópio de influências. A leitura de filosofia e de romances clássicos, habitualmente emaranhados com frases célebres que ecoam sabedoria, orientou minha caneta. A filosofia estoica, que preza pela paz interior, pelo autocontrole e pela aceitação do inalterável, me serviu como âncora em momentos de tempestade emocional. Além disso, as nuances do pensamento espírita e católico, e as obras de gigantes como Victor Hugo, Jane Austen, William Shakespeare e Liev Tolstói, ressoaram em minha mente, moldando minha percepção do amor, da dor e da condição humana. Este projeto de escrever poesia revelou-se uma jornada enriquecedora, um processo de autodescoberta que me confrontou com minhas fragilidades e fortalezas. Cada poema se desenrolou como um espelho, refletindo o que eu sou e, por vezes, tudo o que eu busquei ser. Esta busca se torna um convite à reflexão, e, embora eu não me considere um poeta no sentido tradicional, espero que o âmago da minha sinceridade se conecte com a sua sensibilidade. Minhas expectativas são humildes. Não espero que cada palavra ressoe com todos, mas anseio por um leve aceno de