'MAS OS HOMENS SE CASAM COM AS MORENAS' (But gentlemen marry brunettes) Anita Loos Tradução de Beatriz Horta A força da mulher pode, qual no mito bíblico de Sansão, estar nos cabelos? Mais especificamente na coloração dos mesmos? A eterna briga entre o poder de sedução das louras e o charme das morenas ganhou mundo e versão literária. 'OS HOMENS PREFEREM AS LOURAS' e sua continuação, 'MAS OS HOMENS SE CASAM COM AS MORENAS', ambos escritos por Anita Loos, comprovam o talento amadurecido de uma criança-prodígio (aos doze já produzia scripts) e jovem roteirista - a autora trabalhava para D.W. Griffith e Douglas Fairbanks na dourada Hollywood da década de 20 -, além de garantirem algumas horas de competente entretenimento. Nessas duas curtas aventuras, Anita Loos sabe como poucos dosar a ironia. 'OS HOMENS PREFEREM AS LOURAS, editado pela primeira vez em 1925, foi traduzido para treze idiomas e em todos eles alcançou o topo das listas de mais vendidos. Edith Wharton, considerada uma das maiores escritoras americanas deste século e famosa pelo retrato inflexível que fazia das normais sociais de sua época, o recomenda como "a grande novela americana". A fórmula mágica? Um livro bem estruturado, nascido de um acontecimento corriqueiro: a morena Anita Loos e uma atriz de cabelos dourados, consideradas igualmente belas, disputavam atenções masculinas num trem. Enquanto Anita arrastava sua bagagem pelos vagões sem ajuda, a loura conseguia vários voluntários para auxiliá-la na mesma ingrata tarefa. Dois anos depois da inspiração, o livro ficou pronto. E a própria Anita se espantou com o sucesso alcançado. "Considerando a forma como OS HOMENS PREFEREM AS LOURAS' foi recebido dois anos depois, parece que eu tinha me dado conta de um importante fato científico que jamais havia sido notado", explicou.