O livro Mediação de Conflitos –Teoria e Prática – pretende, num primeiro momento, fazer com que os leitores parem de tratar o processo judicial, enquanto instrumento da jurisdição, de modo simplista, resistindo à análise crítica, ao diálogo interdisciplinar, ou ainda, assumindo uma postura “ingênua” que “vê beleza em tudo”, como naquele clássico da literatura juvenil de Eleonor H. Porter, intitulado; Pollyana. Que, com este livro, possamos dar adeus à Pollyana e ao jogo do contente que porventura ou, supostamente, ainda possa existir em nós, principalmente no que diz respeito aos objetivos competitivos (ganhar x perder) do processo judicial. De outro lado, num segundo momento, o livro, tomando por base a metáfora de Ronald Dworkin, na obra Justiça para Ouriços, pretende resgatar o “ouriço” que existe em nós. Segundo Ronald Dworkin, diferentemente da raposa, que sabe muitas coisas, o ouriço sabe apenas uma e, a mais importante, que é o valor destas coisas. Este é, então, o segundo propósito desta obra: resgatar o valor das coisas adormecidas em nós; o valor de uma práxis voltada para a alteridade; para o reconhecimento da voz silenciada do outro enquanto sujeito também de direito.