A Primeira Guerra Mundial vista de dentro dos palácios da Rússia.
Um embaixador com verve literária exercendo seu ofício na sede de um dos mais poderosos impérios do mundo mediante um conflito global de proporções inéditas. O resultado dessa experiência está em Memórias de um Embaixador Francês na Rússia, publicado em tradução inédita para o Brasil pela Juruá Editora.
O diplomata francês Maurice Paléologue (1859-1944) foi enviado ao Império Russo entre 1914 a 1917, ou seja, exatamente durante a Primeira Guerra Mundial. Ciente de que estava diante de um evento que entraria para a história e mudaria o mundo para sempre, mais do que produzir frios relatórios oficiais e defender os interesses da França, ele pôs sua pena a serviço da humanidade.
Memórias de um Embaixador Francês na Rússia é um interessantíssimo diário em que ele descreve em pormenores o cotidiano na corte czarista durante o conflito mundial. Dos grandes eventos históricos às negociações diplomáticas a portas fechadas e as interações políticas nos bastidores, nada escapou à poderosa pena de Paléologue.
Do charlatão Rasputin ao déspota Sérgio Alexandrovich, passando pela intimidade de Nicolau II e Alexandra Feodorovna, o filho Alexei, a filha Anastácia, a irmã Isabel e tantos outros incontáveis personagens, todos estão descritos e biografados entre os eventos que decidiam o futuro do planeta a cada minuto.
O cotidiano entre gabinetes, salões, igrejas, castelos e palácios czaristas é descrito sempre com uma linguagem literária leve, fluida e um texto impecável, o que torna a narrativa sobre dias tão sombrios em um livro envolvente.
Com isso, testemunhamos a complexidade das alianças diplomáticas, o impacto das batalhas no ânimo da população e a resiliência do povo russo, que não se cansa de dar demonstrações de fé e amor à sua pátria. O que você tem em mãos é um documento histórico brilhante narrado em primeira pessoa, mas que conta parte importante da história do mundo.