Em O menino que vendia sonhos, Alexandre Azevedo recria em versos essa passagem curiosa da vida do escritor carioca, conhecido como O Bruxo do Cosme Velho. As ilustrações de Rubem Filho retratam com riqueza de detalhes o burburinho nas ruas da então capital do país, com seu frenesi de gentes, charretes e comércio, tudo ladeado pelo inconfundível casario colonial. Cenário e algaravia, aliás, que marcam profundamente a produção literária de Machado. Admirado no mundo todo, Machado de Assis é responsável por uma obra extensa, que contempla vários gêneros. Foi ele quem introduziu o realismo no Brasil. E foi, também, o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras. O que nem todo mundo sabe é que, antes de se consagrar como intelectual singular, teve infância pobre. Ao resgatar essas passagens, O menino que vendia sonhos lança luz a outras curiosidades sobre a vida do escritor, como a morte precoce de seus pais, a criação pela madrasta e o emprego numa tipografia, onde iria ter como patrão o também escritor Manuel Antônio de Almeida. Com tudo isso, o livro de Alexandre Azevedo e de Rubem Filho celebram a paixão dos dois pela obra machadiana, enquanto tecem um convite, desde já, aos pequenos leitores: que, no futuro, também se permitam encantar pelas páginas do Bruxo.