Apesar da vasta produção desses autores, poucos dos seus trabalhos sobre o pensador russo foram traduzidos para o português. No Brasil, estamos mais familiarizados com as interpretações do pensamento do Bakhtin realizadas por autores francófonos, principalmente, por Julia Kristeva, Roland Barthes, Tzvetan Todorov e Oswald Ducrot. Na primeira parte do livro, Linguagem, Caryl Emerson, Michael Holquist, Ken Hirschkop e David Shepherd se debruçaram sobre o pensamento de Mikhail Bakhtin, tanto para refletir sobre sua teoria literária quanto para apontar novos desafios e aplicações para sua filosofia da linguagem. Na segunda parte, Cultura, Dominick LaCapra, Craig Brandist, Michael Gardiner e Linda Hutcheon tomam a obra de Bakhtin para elaborar novas bases epistemológicas para a teoria da cultura e para investigar práticas culturais contemporâneas. Na última parte, Mídia, Stuart Hall, Robert Stam, Horace Newcomb e Gunhild Agger apresentam um conjunto de esforços teórico-metodológicos para realização de análises das mídias - de seus produtos, fenômenos e processos -, a partir de uma perspectiva bakhtiniana. Além dos textos dos autores, o livro conta com um capítulo introdutório "Mikhail Bakhtin e os estudos da comunicação" no qual os organizadores, Ana Paula Goulart Ribeiro e Igor Sacramento, refletem sobre os usos e apropriações dos conceitos bakhtinianos no contexto nacional e internacional.