Entre apontamentos de viagem e pormenores da sua vida, entre reflexões sobre a História e visitas a museus, entre comentários sobre as pessoas com quem se cruzou e críticas à burocracia europeia, Maria Filomena Mónica oferece-nos um olhar próprio sobre a Europa – a de ontem e a de hoje. Partindo de Portugal e passando por Espanha, conta-nos a forma como foi descobrindo o Continente para além dos Pirenéus: em Londres, Oxford, Paris, Roma, Florença, Berlim e, além de outros lugares, a cidade semi-europeia de Sao Petersburgo. A Minha Europa relembra o que tantas vezes tendemos a esquecer: o privilégio de se viver deste lado do mundo. (…) por detrás da Europa padronizada – com apenas 60 anos – existe uma outra, a das grandes cidades e a das pequenas aldeias, a das nações antigas onde se fala uma única língua e a das cidades-estados com dialectos próprios, a dos povos que se sentem bem convivendo com gente diversa e a das regiões que nao abdicam de ter uma cultura própria. É nesta Europa que me sinto em casa. À minha maneira, sinto-me portuguesa e europeia. Gostava de pensar que a Europa saberá estar à altura dos valores que encarnou ou de que se reclama, mas, quando vejo o que se passa com os imigrantes, com o terrorismo e com a balbúrdia reinante na Uniao Europeia, tenho dúvidas. Como escreveu Sá de Miranda, Passam os tempos vai dia trás dia, / incertos muito mais que ao vento as naves.