É inegável que o Viagra, assim como a pílula anticoncepcional, foi uma das maiores descobertas médicas do último milênio. Afinal, o ser humano é um animal sexual e, portanto, quando o sexo vai mal, os relacionamentos acabam sendo prejudicados. "O impacto desse medicamento tem sido enorme, não só na área restrita do tratamento da disfunção erétil para o qual foi aprovado, mas também na maneira como pensamos o sexo e a sexualidade, e até mesmo no âmbito dos relacionamentos entre homens e mulheres", afirma Abraham Morgentaler, urologista e professor da Harvard Medical School. Ao perceber a falta de um livro sobre o Viagra e a sexualidade, Morgentaler tratou de escrever O Mito Viagra, que será lançado pela Ediouro em novembro, com tradução de Marcos Maffei. Trata-se da obra mais completa sobre o tema, pois vai além das dúvidas mais freqüentes e discute com franqueza e clareza a questão do mito criado em torno do poder mágico da pílula azul. "Muitos homens tomaram o Viagra com esperança de resolver problemas psicológicos profundamente enraizados ou conflitos desagradáveis nos relacionamentos, só para ficarem seriamente decepcionados. Esse é o mito do Viagra. As respostas para os problemas mais difíceis da vida não podem ser dadas por uma pilulazinha azul", diz o autor, baseado em sua vasta experiência clínica e acadêmica. Não é de surpreender que tal mito tenha surgido: o medicamento é seguro, fácil de obter e promovido no mundo inteiro por atletas célebres. Ao aprofundar a discussão, Morgentaler questiona até que ponto a realidade corrobora o mito. O Viagra é assim tão bom? Consegue realmente resolver os problemas de ereção? E quanto aos problemas de relacionamento? O que faz o remédio por um homem que perdeu seu desejo sexual? Não que o autor duvide das vantagens da pílula azul, mas considera importante tirar essa faceta milagrosa que, por falta de informação, insistem em dar ao Viagra.