No ano do centenário da morte de Max Weber, o mundo se vê às voltas com uma sociedade informacional reticular, em que a figura do Estado Nacional – e do correlato Estado de Direito – se vê afrontada pela emergência de questões candentes, relacionadas ao fluxo informacional, às migrações populacionais, ao incremento do crime organizado e ao risco de irrupções desagregadoras em todo canto. A ideia de democracia parece ceder ante pressões dos mercados globais, desvelando uma provável dependência da política em relação à economia. Para compreender esse conturbado cenário, que afeta as condições de funcionamento do direito, este livro sugere uma abordagem sociológica de inspiração weberiana. Na primeira parte, o leitor será convidado a mergulhar no universo conceitual weberiano, que lança luzes sobre problemas de Sociologia e Teoria do Direito. A intenção é viabilizar a retomada do cabedal conceitual weberiano a partir de uma leitura atual e desmistificada. Na segunda parte, esses conceitos são utilizados para observar as transformações da sociedade e do direito contemporâneo, relacionando-se política, direito e economia a partir de um olhar que persegue afinidades entre processos históricos. Com isso, temas como globalização, crise econômica mundial, Brexit, neoliberalismo econômico, algocracia, crime organizado e cultura pop são combinados a uma análise de fundo sobre as condições de funcionamento do direito e de manutenção de sua racionalidade, ou melhor, de sua legalidade própria.Biblioteca de Filosofia, Sociologia e Teoria do DireitoO Brasil, como país periférico no sistema social global, atravessa um período histórico-social conturbado sob o âmago editorial, em que o tecnicismo-dogmático de baixa consistência teórica e o pragmatismo-imediatista desenfreado assentam-se como principais atores do neocapitalismo, a materializar-se no contexto do mercado editorial, numa avalanche de publicações cujo intento é simplificar o insimplificável, com obras de repetição em massa, sem outro propósito qualquer do que atender a uma demanda de informação resumida. Sem menoscabo a esse público, a Juruá Editora e o Coordenador desta Coleção – o Prof. Fernando Rister de Sousa Lima – saemna contramão dos catálogos a fim de cunhar espaço nesse mercado para trabalhos de verticalidade cognitiva, num diálogo com as disciplinas propedêuticas do Direito. Para tal mister, além de coragem, ousadia e forte sentimento de compromisso social, reclamou-se de guarida de um grupo seleto de intelectuais, que, prontamente, aceitaram formar o Conselho Editorial desta Biblioteca, cada qual, é verdade, com sua característica teórica, porém, todos ligados sob uma só família: “a pesquisa jurídica”!