NA PONTA DA LÍNGUA

Este livro se debruça sobre três obras cujas aparições se diferenciam temporal e localmente: Os sertões (1902), Native Son (1940) e Cidade de Deus (1997), de Euclides da Cunha, Richard Wright e Paulo Lins, respectivamente.

Sob o prisma da literatura comparada, a autora observa, nos referidos livros, as relações tipicamente coloniais em seus aspectos territorial e/ou social, evidenciando a violência como chave de leitura importante e reveladora, apesar de eventualmente negligenciada ou cerceada.

Em uma abordagem que pode ser inserida na categoria de estudo pós-colonial, a autora reflete sobre os personagens estigmatizados racial e socialmente apresentados nas três obras e sobre a maneira como reagem às classes dominantes.

A partir dessa perspectiva, o livro examina em que aspectos Os sertões, Native Son e Cidade de Deus dialogam com discursos hegemônicos e de que forma a crítica literária, por ser o conjunto de textos que delineia o pensamento hegemônico em torno do literário, os localiza.