Pelos idos dos anos 1970, estreou no mercado de trabalho como office boy de uma agência de publicidade. Foi ali que o menino da então pacata zona norte paulistana descobriu os livros, discos e ideias que faziam a cabeça da moçada. Viveu a contracultura intensamente, menos como adepto e mais como fervoroso espectador. Apesar de nenhum talento corporativo, fez carreira e amigos em agências de comunicação e rádios de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. O gosto pela escrita é antigo, mas foi só depois dos 60 anos de idade que teve coragem de publicar os textos que quase nunca mostrava a ninguém. Filho pródigo da geração mimeógrafo, encarou suas contradições ao usar o Instagram como plataforma para expor suas foto-poemas – gênero impulsionado em sua maioria por jovens autores. Com temáticas que variam entre amor, sexo e a dor do fim de um casamento, Jaime escreve com humor e ironia dramas tão humanos que beiram o nonsense. Este é seu primeiro livro, em que reúne 140 textos que foram postados em seu perfil do Instagram, @naotemdq, entre 2015 e 2019. O projeto, que leva o mesmo nome, foi incentivado e produzido por um grupo de amigos.