NOS ARREDORES DO SIMBOLISMO PORTUGUÊS

Nos seis ensaios aqui reunidos, acompanhamos leituras dialogantes que demonstram os interesses de estudo que, há muitos anos, vêm marcando a trajetória exitosa de seu autor no campo da teoria e da crítica da poesia lírica, do poema em prosa e das releituras e reescritas do mito de Orfeu e do Orfismo na literatura brasileira. Com esse horizonte de atenção, Antônio Donizeti Pires provoca o encontro de Antero de Quental com Cruz e Sousa a partir de Orfeu e da melancolia; retira do esquecimento o escritor português oitocentista João Barreira, um decadentista, e sua contribuição para o desenvolvimento do poema em prosa em língua portuguesa; analisa em close reading um dos mais emblemáticos poemas de Camilo Pessanha e estabelece um diálogo inesperado entre Pablo Neruda e Florbela Espanca. Encerra seu livro com dois estudos críticos que repensam Fernando Pessoa e suas ressonâncias decadentistas e simbolistas, seja na poesia, seja em seus dramas estáticos, como O Marinheiro.Ida Alves - UFF/CNPq