O CLUBE DOS NEGÓCIOS ESTRANHOS

O escritor inglês Gilbert Keith Chesterton (1874-1936) criou um universo literário que vai desde colunas de jornal sobre política e sociedade até o vasto e profundo universo da literatura e da religião. Dentre eles estão as estórias do Padre Brown e a forte e convincente apologética cristã, que nos últimos anos vem sendo redescoberta no Brasil e se tornando popular entre os católicos (sim, Chesterton converteu-se ao catolicismo no final de sua vida e tem chamado a atenção da própria Igreja por seu legado).
Nesta obra O Clube dos Negócios Estranhos, o escritor deposita sua habilidade literária incomum para apresentar um conjunto de seis pequenas estórias contadas do ponto de vista do personagem Swinburne, narrador em primeira pessoa que também está envolvido nas tramas.

Swinburne e seus amigos, o juiz aposentado Basil Grant e o detetive Rupert Grant, investigam acontecimentos estranhos que têm como pivô pessoas cujo meio de sustento são negócios bastante peculiares (razão pela qual o nome original da obra contém a palavra queer, que significa estranho ou peculiar).

O enredo de Chesterton, com seu estilo inconfundível e misterioso, prende o leitor logo nos primeiro parágrafos. Com uma narrativa estimulante graças à sucessão de surpresas, bem como a peculiaridades das situações e dos personagens descritos, o mais cativante é a expectativa do leitor de encontrar revelações inesperadas já na página seguinte, coisa corriqueira nas seis estórias. Das surpresas vêm novas expectativas, que se revelam novas surpresas, e assim numa sucessão estonteante até o fechamento e a descoberta daquilo que move toda a narrativa.