O EREIGNIS EM HEIDEGGER

Depois de ter concluído em 1927 a obra filosófica mais representativa do século XX intitulada “Ser e Tempo”, Martin Heidegger trabalhou a partir 1930, reflexões filosóficas ainda mais abrangentes, urgidas pelo enredamento da sociedade moderna com a tecnociência, a crise do niilismo e o futuro da humanidade globalizada. De tais reflexões ocupou-se Heidegger até o final de sua vida, pois entendia estar aqui sua derradeira e mais amadurecida tentativa em compreender o desafio histórico fundamental do século XX e das décadas futuras. Assim se compreende ter a comunidade internacional identificado nestas reflexões tardias de Heidegger uma das mais preciosas reservas de intuições reflexivas aptas para se compreender as questões fundamentais do século XXI. Quatro coletâneas reúnem tais reflexões: “Contribuições para a Filosofia – Acerca do Evento”, “Meditação acerca do sentido” , “Do Princípio”, “História do Ser inaugural”, entre outras. Com a obra “O Ereignis em Heidegger” Daniel Rodrigues Ramos realiza uma das primeiras investigações em língua portuguesa sobre o foco da reflexão do último Heidegger, um dos temas que mais tem desafiado a comunidade dos que se empenham pela reflexão filosófica do século XXI.

“Há muitas razões para admitir que o Ereignis seja o pensamento fundamental de Heidegger, na sua forma mais simples e na sua configuração mais madura. No estágio maduro do pensamento, a dificuldade não reside tanto em combinar diversos pontos de vista, mas em trazer à fala o único e fundamental.”