“O Grito pela Democracia é obra que resgata e reafirma conquistas históricas e civilizacionais, muitas vezes colocadas em xeque por uma distopia que, a pretexto de negar a política enquanto instância deliberativa de divergência e consenso, rompe com a racionalidade e destoa do natural – a institucionalidade, a sociabilidade e a própria humanidade do direito.
O brado que se inscreve no título da obra exibe a proeminência do seu conteúdo. Eventuais riscos de erosão da democracia justificam o apelo dos verdadeiramente patriotas. O futuro implica uma ética do agora. Esses eventuais riscos não vêm apenas dos discursos radicais e corrosivos da normalidade democrática, mas também da astúcia daqueles que utilizam da retórica e da miséria para escravizar os famintos.
O ethos que move as autoras e autores dessa obra demonstra que o compromisso com a democracia não permite adiamentos de posicionamentos e o entardecer das normas que regem as instituições democráticas, ou mesmo dos sonhos de igualdade dos mais pobres.
A inação agora pode significar o triunfo do breu das práticas totalitárias ou do discurso eloquente que extasia as multidões, especialmente os humildes. Havendo riscos à democracia, o amanhã pode ser muito tarde quando fragilizadas as regras do próprio jogo que rege a vida social. [...] “
Jarbas Soares Júnior
Procurador-Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais