O MÉDICO E SUAS INTERAÇÕES: A CRISE DOS VÍNCULOS DE CONFIANÇA

Este livro se publica quando todo um campo de prevenção das doenças e de promoção da saúde se expande sob a jurisdição da medicina, que, afinal, granjeou muito de seu prestigio ao lidar com as doenças a partir do que prometia de vida e de saúde. Nessa abertura, o olhar ainda baseado nos fatos patológicos procura alcançar a saúde, mas termina por normatizar a vida ou oferecê-la segundo antigas referências nas doenças. Assim, se atualizam e preservam elementos centrais da medicina, mudando e ao mesmo tempo reafirmando identidades, valores e atribuições dos médicos na sociedade. Entre rupturas e permanência, se faz uma historia dessa profissão. Em seu transcurso, porém, encontram-se os médicos sob nova tensão: o risco de perderem o vínculo de confiança duramente conquistado. Postulando sempre a consubstancialidade da técnica em medicina com sua proposta ética, as reflexões, aqui presentes remetem à indagação se esse risco não deriva do descuido histórico para com essa mesma consubstancialidade, atend0-se os médicos mais aos cuidados da técnica que de sua ética, sem se aperceberem que a negligência desta impede a boa qualidade daquela.De certa perspectiva, resgata-se aqui essa história, perguntando-se a autora que promessas a medicina faz agora, que vida e que saúde pode oferecer e com que cuidados e assistências se propõe debater os adoecimentos.