O MILAGRE DAS SEMENTES VERMELHAS

O primeiro passo na construção desta obra se deu em meados de 1986. O palco inicial: Ruanda, país do continente africano, tendo como eixo as emoções e suas nuanças, levando-nos das mais intrínsecas solidões a territórios cuja miséria humana atinge raízes profundas e inaceitáveis. Cenários sociais que nos transportam a extremos, onde a ternura e sensibilidade entrelaçam ludicamente as personagens ao leitor, exercitando o intelecto a discernir as barreiras implantadas por nós terráqueos na conquista do poder aquisitivo, sobrepondo conscientemente ou não a emoção, força perene tão remota e tão contemporânea no processo da vida. Viver esta aventura com as personagens após quatro anos de viagens e pesquisas, transpassando as narrações diretas e indiretas, dando ênfase a diálogos muito usados nos romances contemporâneos e facilitando ao leitor navegar nessa alquimia, me faz ter a certeza de que criar é a melhor forma de viver e conviver. Plúvio é água, é coração. Chillom é música, é conhecimento, é emoção. O milagre das sementes vermelhas é terra, é jardim das possibilidades de mutações para um universo mais igual e feito de paz. Não a paz dúbia pregada nos gabinetes da ONU. Mas a paz indestrutível capaz de nascer no peito de cada um de nós e ser semeada com inteligência e fé.