O PROJETO DE FRANCISCO

Papa Francisco fala constantemente da necessidade de uma profícua relação de fraternidade e de amor entre todos. Por ocasião da sua eleição, por exemplo, ele pede que, antes de o bispo abençoar o povo, o povo peça as bênçãos de Deus para seu novo bispo. Com esse gesto Francisco ganha grande empatia universal. É um momento místico, em que a praça inteira da Basílica de São Pedro se silencia em oração por seu bispo. Ao celebrar dez anos do seu pontificado, recordar o dia de sua eleição e suas primeiras imagens e falas como Pontífice, possibilita-nos fazer memória e recordar que naquelas primeiras imagens e falas o “Projeto de Francisco” se delineia. A figura do pastor se sobrepõe à de chefe, a ética se sobrepõe à estética, a Igreja particular de Roma e seu bispo resgatam a antiga tradição de ele ser o “primeiro entre os iguais”, pois o bispo que acabara de ser eleito deveria ocupar a cátedra de uma diocese, tornando-se bispo daquela diocese, a de Roma, e, por isso, segundo antiquíssima tradição, “Pastor de toda a Igreja” (LG, n. 52). Como já bem lembrara Congar, o Bispo de Roma é com certeza o primeiro título do papa. Por isso, ao se apresentar como bispo de Roma, Francisco tem consciência de sua primeira missão. Tal consciência é o que norteia o pontificado do Papa Francisco e adota a colegialidade como pilar do seu Projeto. Nesta obra o leitor se deparará com um leque riquíssimo de reflexões sobre o Projeto de Francisco em cuja assimilação se faz necessária para que a capacidade de ser colocado em prática tal projeto seja sempre uma realidade mais plausível.