Estevão Machado explora uma nova faceta de seu labor criativo, e agora percorre os caminhos da palavra. Com referências carregadas da infância, o artista busca no imaginário de suas memórias afetivas o norte para o conjunto de poesias e desenhos que compõe a obra, vencedora entre 1,7 mil inscritos no Concurso Nacional de Literatura, Prêmio Cidade de Belo Horizonte, no ano de 2014. (...) Um rio guardado no bolso, para Estevão, lembra uma infância que se leva para a vida toda, um lirismo que o artista preserva, principalmente quando se chega ao meio de uma existência e se faz natural olhar para frente, mas também para trás. “Escolhi essa imagem para me guiar por esse trabalho. Uma bússola afetiva. São poemas que há muito não fiz, poemas tardios que só brotam a uma certa distância da infância. É quando nos é permitido avistar um largo relevo, um certo vento ou mesmo uma gaveta. Acredito que o mundo anda precisando dessa geografia”, escreve. O livro se organiza em dois atos - um é a reunião de poesias, e o outro os desenhos, concebidos entre 2013 e 2015. São duas narrativas que correm paralelas. Os desenhos não são ilustrações dos poemas - eles se completam.