A L&PM Editores apresenta aos leitores de língua portuguesa uma novíssima tradução da Odisseia. Donaldo Schüler, um dos maiores helenistas brasileiros, traduziu diretamente do grego esta que pode ser considerada a obra isolada mais importante da literatura ocidental. Em formato pocket, a edição bilíngue se apresenta em três volumes. O lançamento de Telemaquia será sucedido, nos próximos meses, por outros dois: Regresso e Ítaca, completando os 24 cantos do poema. Surgida no século IX a.C., a Odisseia mostra as viagens e aventuras de Odisseu após a sua participação na Guerra de Tróia e o regresso do herói a Ítaca, para junto da mulher e do filho. A primeira parte da epopeia (cantos I a IV) relata a busca de Telêmaco pelo pai, enquanto Odisseu vive uma série de aventuras fabulosas pelo caminho, enfrenta inimigos, encontra feiticeiros, ninfas e conhece diversos lugares. O tradutor se esforçou para que a reunião desses relatos fosse contada com sua sonoridade original, aliando as falas à linguagem coloquial. Homero, a quem se atribui a Ilíada e a Odisseia, teria nascido perto de Esmirna, no século IX a.C. Ele teria dirigido uma escola de retórica e em seguida viajado por todo o mundo mediterrâneo. Seu falecimento teria ocorrido na ilha de Ios. Atribuiu-se ao poeta os Hinos homéricos, composições épicas dirigidas aos deuses, e a Batracomiomaquia, paródia burlesca da Ilíada e de outras obras perdidas. A questão homérica, uma das maiores discussões literárias do fim do século XVII, pôs em dúvida a existência de um único poeta para as duas epopeias ou mesmo para cada uma delas, indo até a ideia de “obras anônimas da criatividade popular". Os progressos arqueológicos, históricos e linguísticos do fim do século XIX permitiram rejeitar a tese de que a Ilíada e a Odisseia fossem fruto apenas da criação popular do gênio grego, e hoje se vê reforçada a ideia de que Homero partiu de elementos da tradição oral, organizando-os, dando-lhes forma final e complexificando as estratégias narrativas.