Heidegger desenvolveu toda a sua obra num caminho que deveria conduzir à explicitação de um outro pensar, um pensar não mais metafísico, não mais objetificador. Esse pensar seria o pensar da diferença, da diferença ontológica. A obra do filósofo desenvolveu, através da fenomenologia hermenêutica, as condições radicais que possibilitassem esse outro pensar como o pensar do ser e o pensar que constitui o modo próprio de o homem ser no mundo. Paulo Schneider desenvolveu em seu livro, de uma maneira profunda e sutil, diversos aspectos desse caminho heideggeriano. Utilizou, basicamente, para o trabalho, o livro de Heidegger, 'Que significa pensar?', acrescido pelo ensaio 'A época da imagem do mundo'. Além de desenvolver esse estudo com a sensibilidade que lhe é própria para o essencial na filosofia, o autor nos brinda com a estrutura central do texto 'Que significa pensar?' Trata-se de sua tradução das dez lições que o filósofo desenvolveu nos anos 50. Belíssima e sedutora tradução a desse autor cuja vocação se revela de maneira especial na exposição das diversas faces em que aparece o outro pensar.