O livro "palavras da crítica contemporânea" concentra trabalhos de seis críticos que, em 2015, participaram de uma série de encontros realizados na UFBA para discutir a coleção “Entrecríticas” (Ed. Rocco, org. Paloma Vidal). Em comum, a noção de que a segmentação extrema do trabalho universitário impede, muitas vezes, o diálogo entre a produção acadêmica e o ambiente extra universidade e, tantas outras, dificulta a troca até mesmo dentre departamentos. Os autores colocam-se, portanto, no foco da análise. Reconhecem que o objeto de suas pesquisas, é, ele também, um sujeito. Aceitam e revelam suas incertezas e, como bem coloca Noemi Jaffe, “apresentam ensaios que perguntam-se sobre seus limites e possibilidades, sugerindo, pela via da aproximação, formas de lidar com os problemas que abordam.” O intuito? Questionar o fazer acadêmico, o campo literário e a própria concepção de literatura nos tempos atuais.
“Por que vem da Bahia esta série de ensaios de que a academia brasileira há tanto tempo carece?”, pergunta Jaffe na orelha da obra. E responde: “a considerável (e inacreditável) marginalidade do pensamento crítico baiano no panorama universitário brasileiro é uma das razões que lhe permite e lhe liberta para conjeturar de forma tão relevante e inovadora. Afinal, como pode a crítica, deparando com uma produção literária cada vez mais inclassificável e com sistemas reflexivos sempre mais interessados no não-canônico, manter-se rígida e linear?”.
Temas como crítica, ética, campo literário, gênero, cânone, representação e biografia aparecem nestas páginas, ao lado dos autores Diana Klinger, Enrique Vila-Matas e Toni Morrison que também figuram por aqui, colocados em análise através da leitura crítica de seus textos. Há, neste conjunto de ensaios, o desejo de renovar o olhar lançado sobre a cena cultural do presente. Os textos aqui reunidos encaram o lugar do inespecífico na literatura, na crítica e na gestão cultural e propõem pensar a marginalidade atual das artes com