'Parque dos Cervos' é o terceiro romance de Norman Mailer, considerado o enfant terrible da literatura americana. Fama adquirida com obras recheadas de sátira social, antimilitarismo e sarcasmo contra os padrões morais vigentes. Publicado originalmente em 1957, o livro teve sua primeira versão rejeitada por várias editoras, que temiam ver sua imagem ligada à suposta amoralidade da história. As sucessivas negativas mexeram com os brios de Mailer e este reescreveu a trama por duas vezes - redefinindo, inclusive, o narrador - até conseguir burlar a censura velada. O resultado final reafirma Mailer como um dos ícones da produção literária norte-americana das últimas décadas. Nada mal para quem começou a carreira com o objetivo de, segundo suas próprias palavras, conhecer mulheres bonitas, mas que logo se mostrou um autor polêmico, inovador, sempre em busca de novas formas de expressão. Com 50 anos de carreira, Mailer - um sujeito de tamanho menos que médio e de peso um pouco mais que médio, mas com uma enorme cauda de dragão - tem em 'Parque dos Cervos' uma de suas obras mais céticas, uma crítica contundente ao universo de corrupção e excessos que movimentam a indústria cinematográfica de Hollywood. A história de 'Parque dos Cervos' se passa durante um dos períodos mais reacionários da história recente americana: a caça às bruxas promovida pelo Comitê de Atividades Subversivas do Congresso.