PASSARINHO, QUILOMBO, FORNO E PANELAS...

Os traços que ilustram esse livro provavelmente serão reconhecidos pelos usuários dos ônibus da cidade do Rio de Janeiro ou pelos manifestantes que tomaram as ruas em 2013, ou ainda por alguém que transita pelas ruas da Cidade Maravilhosa atento às placas para pedestres. Isto porque Tavarez, que hoje ilustra livros e teses, não qualquer livro, não qualquer tese, antes de estar nesses meios sempre buscou estar na vida das pessoas, em seus cotidianos, seja nos bancos dos ônibus, lembrando aos homens “que precisam fechar as pernas” para as mulheres sentarem ou ainda no transporte público denunciando que a alta tarifa cobrada pela corruptas empresas constitui roubo. Nos movimentos de rua seus cartazes buscam o diálogo com os manifestantes e nas placas da cidade sempre há uma reexão a fazer sobre a nossa desigual sociedade. A presença de seu traço engajado nesta obra é coerente com sua trajetória que sempre se pautou em estar onde os trabalhadores estiverem, sendo essa uma obra de um lho dessa classe nada mais justo que aqui esteja, tal como está nos muros, nos ônibus, nas placas, nos vidros, nos ....