POEMAS DE NITERÓI - VOL. 5

Marcos Jorge Nasser, esse engenheiro e poeta de preocupações metafísicas, existenciais, habitante de Niterói, tem um céu azul profano como limite. Muitos dos versos de Nasser perfazem percursos dramáticos, em tempos de uma pretensa pós-verdade, quando aportamos as raias de um paroxismo dramático, talvez, como em tempos de Dante, diante do Portão do Inferno – Aqueronte: “per me si va ne l’etterno dolore/ (...) Lasciate ogne speranza, voi ch’intrate. Nasser: “Turbilhão em ruínas submerge nas trevas...” Para o artista do mundo, Nasser, senão, Drummond: “Pois de tudo fica um pouco./ Fica um pouco de teu queixo/ no queixo de tua filha”. Nasser possui reservas poéticas insondáveis em jazidas secretas, ocultas no mais recôndito de seu ser poético, perpetuado em formas de caracóis dourados, feitos do mais puro ouro, pepitas aneladas, acetinadas, em miríades... No vasto mundo do versejar e das rimas de Nasser, o princípio é o verbo, o vasto verbo... (Do Prefácio de Lula Basto, escritor, poeta e compositor)