No dia 25 de março de 1911, um trágico incêndio na Triangle Shirtwaist Factory em Nova York, ceifou a
vida de 129 operárias, muitas delas imigrantes italianas. Por mil blusas por dia dá voz a uma
testemunha singular e inesperada: uma das blusas shirtwaist fabricadas naquela oficina de costura. É
por meio da sua memória têxtil, ilustrada com belíssimas imagens, que revivemos as esperanças e
os sonhos das jovens trabalhadoras, retratadas como "cometas ardentes" que se lançaram das janelas
do edifício em chamas.
A narrativa poética e comovente acompanha a coragem de figuras reais, como as ativistas
Rose Schneiderman e Rose Rosenfeld Friedman, que lideraram a histórica greve das "vinte mil"
operárias, reivindicando não apenas "o pão" (melhores condições de trabalho e salários), mas
também "as rosas" (direitos, beleza e dignidade). O livro desfaz o mito de que a origem do 8 de
março estaria nesse incêndio, mostrando como a data é fruto de décadas de luta feminista e sindical,
da qual a tragédia foi um catalisador trágico, mas não a origem.
Mais do que um relato histórico, essa é uma reflexão atemporal sobre a luta pelos direitos das
mulheres, a segurança no trabalho e a resistência contra a exploração. Uma obra essencial que
homenageia as vítimas do passado e inspira as lutas do presente, lembrando-nos que a busca por
uma sociedade mais justa e equitativa é um caminho que deve continuar a ser percorrido.