PORTOS COLONIAIS

A obra que o leitor tem em mãos é sem dúvida necessária – pelos objetos de estudo: portos, comunidades marítimas e praças mercantis; pela extensão territorial: rio da Prata, Santos, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Itamaracá, Paraíba, Aracati, Piauí, Pará e do Maranhão; pela abrangência cronológica: do século XVI ao XIX.
Mas há outros elementos que a tornam indispensável aos interessados na história econômica do Brasil. Reúne os estudos mais recentes a respeito do tema, resultantes de dissertações de mestrado e teses de doutorado, o que de antemão constitui um indicador importante de qualidade.
Além disso, a coletânea organizada por Marco Volpini Micheli e Thiago Dias constitui notável contribuição para a própria História Econômica no Brasil, ao chamar a atenção, de um lado, para áreas que ao longo de quatro séculos concentraram a maior parte do dinheiro em circulação no Brasil; e, de outro lado, para a atividade econômica responsável pela maior parte das receitas tributárias no período. E para além de mercadorias, lugares e rotas, os negócios e as sociedades mercantis constituídas em torno da atividade portuária.
Que o esforço aqui concentrado estimule outros trabalhos congêneres.

Ângelo Carrara
Professor do Departamento de
História da Universidade
Federal de Juiz de Fora