A coletânea Projeto ético-político do Serviço Social: contribuições à sua critica pretende ser um instrumento capaz de lançar luzes que permitam orientar-nos para a consideração sobre as possibilidades, os limites e a viabilidade histórica desse projeto construído pela vertente crítica da categoria profissional em confronto com o conservadorismo. Não resta dúvida de que ele pretende ser um instrumento de luta na “batalha das ideias” – cujas repercussões devem se mostrar na realidade concretamente –, já que consideramos que os conteúdos do projeto em questão se encontram em disputa. Faz-se necessário interpretá-los à luz da radicalidade do pensamento trazido pela tradição marxista; portanto, captar os compromissos dessa profissão, tendo em vista a divisão do trabalho no mundo burguês, sua condição de profissão assalariada, o mercado de trabalho profissional e vislumbrar as possibilidades dos assistentes sociais, como sujeitos sociais, na direção das lutas que apontam como horizonte a sociedade humanamente emancipada, anunciada por Marx. A crítica (ontológica) do projeto ético-político, além de necessária, pode reforçar-lhe aspectos imprescindíveis e contribuir como “régua e compasso” em face dos rumos profissionais que poderão ser traçados no atual contexto sócio-histórico regressivo, sombrio, negador de possibilidades de humanização e das lutas coletivas.