Sem dúvida,?a redescoberta?do pensamento fenomenológico-existencial de Jean-Paul Sartre tem tido duas marcas que a presente obra atesta com evidência assinalável. Por um lado, o enorme impulso dado a este reencontro com Sartre pela psicoterapia e a sua orientação fenomenológico-existencial, cada vez mais amadurecida, na compreensão da relação a si e?com?os outros num mundo, e que se afirma distintamente em face dos modos redutores de pensar a ciência que têm conduzido a psicologia e os seus desdobramentos psicoterapêuticos a um beco sem saída desumanizador. Por outro?lado, o?relevante?fato?de?regozijo que é a grande vitalidade dos estudos sartrianos no Brasil. Grande parte de melhor?e renovada?investigação sobre o pensamento do existencialista é hoje pensada e encontrada em português do Brasil. Neste?Psicoterapia Existencialista: Princípios Metodológicos?reúnem-se contributos de mais de uma vintena de psicoterapeutas que se firmaram, nas últimas décadas, como referência da prática de psicoterapia existencial de inspiração sartriana.?
É no chão fértil desta experiência acumulada que o presente livro lança sementes ricas para uma aproximação metodológica, questão teórica que não se deixa encerrar, com uma pluralidade de aspectos que são como ângulos de luz que?ajudam?a?fazer o caminho da?prática. Há métodos cujo propósito é dispensar hesitações a quem os aplica, desde que?seguidos?rigorosamente. O método existencial, pelo contrário, é uma presença diante da própria questão em que cada situação singular se revela no encontro terapêutico, marcando a situação que o envolve. As duas partes que compõem esta obra coletiva refletem esta dialética entre aspetos metodológicos para os quais a filosofia existencial aponta e os desdobramentos clínicos que fazem passagem para a prática de um mundo humano de relações concretas e sentido existencial.
Esta é uma obra que assinala uma comunidade de psicoterapeutas existencialistas, de prática clínica cientificamente sólida, e que